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20 de maio de 2009

O último infelizmente...

Depois de dezenas de posts sobre o "Breve História de Quase Tudo", este vai ser o último. Não tem mais trechos, só vou falar umas considerações finais.

Para um livro grande desses, ter erros de concordância, por causa da tradução, é um pouco banal. Mas não é muito bom ver que a pessoa que traduziu não sabe bem o português. Ou faltou alguma revisão antes de mandar para a editora, mas enfim, não tem tantos assim. Sempre quando olhava um, não gostava, porque eram erros tolos, que podiam ser facilmente corrigidos. Um exemplo.

"Felizmente, foi a corrente à qual pertencíamos, e ela evoluiu para um família de protomamíferos conhecida como terapsidas."

Confesso que não li o livro inteiro, pois já estava cansada de ler, ler e não terminar nunca, ainda mais que eu só tinha tempo pra ler quando eu ia dormir e eu já estava morrendo de sono e aí não rendia quase nada.
Mas eu dei uma olhada no que falavam os outros capítulos. Pelo menos eu li o máximo que eu consegui, ficaram faltando só 6, num total de 30.
Em um deles fala da quantidade de seres vivos que a gente conhece e, falando mais em planta, o quanto é difícil de classificá-los e nomeá-los. Tem uma espécie de relva que recebeu vários nomes por ser difícil perceber que sempre era a mesma. E fala do Lineu que contribuiu bastante com a taxonomia.
Um outro capítulo é dedicado inteiramente às células. Afinal, são elas que fazem tudo por nós e como diz o Bill Bryson: "E durante toda a sua vida você jamais agradeceu a uma delas que fosse." Nunca é tarde para agradecer, não é mesmo!? Aproveite agora!

Então é isso.

Próximo post vai ser falando um pouco do autor do livro.


Bjosmeligapqeutosemcredito.

15 de maio de 2009

Comédia da Vida Privada Científica.

Em um capítulo que começa falando sobre o ser humano ter tomado uma decisão precipitada de sair da água - onde tem 99,5% e relação a volume habitável - e preferiu ser terrestre.
Depois começa a falar o quanto é maléfico o homem mergulhar distâncias profundas, causando uma séria doença por causa da forte pressão que tem lá embaixo.
E depois disso tudo começa a falar de um pai e um filho que estudou como as pessoas poderiam não sofrer com a doença da descompressão.

"Grande parte do que sabemos sobre a sobrevivência nos extremos se deve à dupla extraordinária de um pai e filho formada por John Scott e J. B. S. HAldane. Mesmo pelos padrões rigorosos dos intelectuais britânicos, os Haldane eram a excentricidade personificada. O Haldane pai nasceu em 1860 em uma família aristocrática escocesa (seu irmão foi o visconde de Haldane), mas passou a maior parte da carreira em relativa modéstia como professor de fisiologia em Oxford. Era famoso pela distração. Certa vez, sua mulher mandou-o ao andar de cima se vestir para um jantar. Como ele não voltasse, ela subiu e descobriu que ele estava dormindo na cama de pijama. Ao ser despertado, Haldane explicou que, enquanto se despia, pensou que já estivesse na hora de durmir. O que ele considerava férias era viajar à Cornualha para estudar as tênias em mineiros. Aldous Huxley, o romancista neto de T.H. Huxley, que morou com os Haldane algum tempo, parodiou-o um tanto impiedosamente, como o cientista Edward Tantamount no romance contra ponto"

Mas o senhor Haldane gostava mesmo era dos efeitos de gases tóxicos sobre o corpo humano.

"Para entender mais exatamente como vazamentos de monóxido de carbono matavam os mineiros, Haldane metodicamente se envenenou, extraindo e examinando com cuidado sua própria amostra de sangue. Só parou quando estava à beira de perder o controle muscular e seu nível de saturação do sangue atingira 56% - um nível, como observa Trevor Norton em sua divertida história do mergulho submarino, Stars beneath the sea [Estrelas sob o mar], a uma fração da letalidade certa."

"Em outra ocasião, enquanto se envenenava com níveis elevados de oxigênio, Haldane sofreu uma convulção tão grave que fraturou várias vértebras. Pulmões contraídos eram um risco rotineiro. Tímpanos perfurados eram bem comuns. No entanto, como ele mesmo observou, em tom tranquilizador, em um de seus ensaios, 'o tímpano geralmente se recupera; e, se nelepermanecer um furo, embora se fique um pouco surdo, pode-se expelir fumaça de tabaco pela orelha em questão, o que é uma realização social."

O cara era feliz desse jeito. =p

"O extraordinário nisso tudo não era que Haldane estivesse disposto a submeter-se a tamanho risco e desconforto em prol da ciência, mas que não tivesse a menor dificuldade em convencer colegas e pessoas queridas a também entrarem na câmara. Numa descida simulada, sua esposa sofreu certa vez uma convulsão que durou treze minutos. Quando enfim ela parou de se sacudir pelo chão, Haldane ajudou-a a se levantar e mandou-a para casa a fim de preparar o jantar." Dogão é mau.

Tem mais um monte de parágrafos falando das maluquices que ele fez. Gostaria de colocar tudo, mas tenho quase certeza que ninguém vai ler. Quem não ler, não sabe o que está perdendo. Eu me diverti muito lendo esse livro. Ainda mais que ele é informacional e humoristical =p

Até a próxima.

7 de maio de 2009

Comédia da Vida Privada Científica.

Se você se acha o excluído, depois de ler a história desses dois, vai perceber que você ainda tem chances.


"Clair Patterson morreu em 1995. Ele não ganhou prêmio Nobel por seu trabalho. Geólogos nunca ganham. O mais intrigante é que ele não ficou famoso, e seu meio século de realizações regulares e cada vez mais altruísta não recebeu muita atenção. É bem possível que ele tenha sido o geólogo mais influente do século XX. No entanto quem é que ouviu falar de Clair Patterson? A maioria dos livros didáticos de geologia não o menciona. Dois livros populares recentes sobre a história da datação da Terra chegam a grafar errado seu nome. No início de 2001, um resenhistas de um desses livros, na revista Nature, cometeu o erro adicional e um tanto espantoso de achar que Patterson fosse uma mulher."







Em um capítulo falando sobre água, oceanos e tantas coisas mais, começou falando de uma dupla - bastante aventureiros, por sinal - que começou a estudar o fundo do oceano. Construiram tipo uma "cápsula" e cada vez batiam mais recordes de profundidade que conseguiam alcançar.
O nome da dupla é Charles William Beebe e Otis Barton*. Quem bancou a produção da "cápsula" foi o Barton, mas sempre quem levava a fama, por isso e por mais coisas, era o Beebe. Vai ver que era por causa do sobrenome bonitinho.



"Após o recorde de profundidade em 1934, Beebe perdeu o interesse no mergulho e se entregou a outras aventuras, mas Barton preservou. Num gesto louvável, Beebe sempre dizia para quem perguntasse, que Barton era o verdadeiro cérebro responsável pelo empreendimento, porém Barton parecia incapaz de sair da obscuridade. Ele também escreveu histórias emocionantes de suas aventuras submarinas e chegou a estrelar um filme de Hollywood chamado Titans of the deep [Titãs das profundezas]. O filme mostrava uma batisfera e muitos encontros empolgantes e em grande parte ficcionais com agressivas lulas-gigantes e outros monstros. Ele chegou a fazer propaganda dos cigarros Camel. Em 1948, um mergulho de 1370 metros no oceano Pacífico, perto da Califórnia, aumentou o recorde em 50%, mas o mundo parecia determinado a ignorá-lo. Um resenhador de jornal de Titans of the deep chegou a pensar que o astro do filme fosse Beebe. Atualmente, é uma sorte quando Barton chega a ser mencionado."



Às vezes, não adianta, tem gente que não nasceu para ser famosa.


*Eu não consegui achar algo legal falando dele pela net, como eu achei do Beebe, mesmo sendo pouco.

4 de maio de 2009

Quimicamente falando ...

Começando a falar do início da química, quando estavam diferenciando químicos de alquimistas, com novas descobertas e suposições, eis que surge uma interessante.

"Talvez nada exemplifique melhor a natureza estranha e muitas vezes acidental da ciência química em seus primórdios que uma descoberta de um alemão chamado Henning Brand, em 1675. Brand convenceu-se de que o ouro poderia, de algum modo, ser destilado da urina humana. (A semelhança das cores parece ter influído em sua conclusão.) Ele recolheu cinquenta baldes de urina humana, que manteve durante meses em seu porão. Por meio de diferentes processos secretos, converteu a urina primeiro em uma pasta venenosa e depois numa substância maleável e translúcida. Claro que nada daquilo produziu ouro, mas algo estranho e interessante aconteceu. Após algum tempo, a substância começou a brilhar. Além disso, quando exposta ao ar, muitas vezes entrava em combustão espontaneamente."


Sempre tem um mal trazendo um bem. Estava mais do que claro, que ouro não vinha da urina, mas acabou descobrindo o fósforo a partir disso e que revolucionou o mundo, principalmente com as guerras.

Em um capítulo chamado "A ameaça do chumbo" um médico nada experiente estava mostrando que o chumbo não fazia mal ao homem, mas os exames não estavam certos. E assim, o chumbo sempre foi aceito porque quem fazia, erradamente, os exames, eram as pessoas que comercializava-o, adicionando na gasolina. E isso prejudica muito, pois a atmosfera fica cheia de chumbo.


"Num daqueles estudos, um médico sem nenhum treinamento especializado em patologia química realizou um programa de cinco anos em que se pedisse a voluntários que respirassem ou engolissem grandes quantidades de chumbo. Depois a urina e as fezes dessas cobaias foram examinadas. Infelizmente, como o médico parece ter ignorado, o chumbo não é excretado como produto residual. Ao contrário, acumula-se nos ossos e no sangue - daí ser tão perigoso -, e nem os ossos nem o sangue foram examinados. O resultado foi a aprovação do chumbo como inofensivo à saúde."

Ainda bem que essas coisas não tem mais, só gripe suína agora.

29 de abril de 2009

A Terra e seus riscos!

Os cientistas ficam se preocupando com o universo, o mundo quântico e sobre o planeta em que vivem sabem pouco.

"Sabemos surpreendentemente pouco sobre o que acontece sob nossos pés. É inacreditável que, quando Ford começou a fabricar automóveis e o campeonato de beisebol Worl Series começou a ser disputado, ainda não soubéssemos que a Terra possui um núcleo. E a idéia de que os continentes flutuam sobre a superfície como ninféias só se tornou um conhecimento comum há menos de uma geração. 'Por incrível que pareça', escreveu Richard Feynman, 'compreendemos a distribuição da matéria no interior do Sol bem melhor do que compreendemos o interior da Terra.'"


Em um capítulo chamado "Beleza perigosa" comenta a "natureza vulcânica" do Parque Nacional de Yellowstone. E nele tem o maior vulcão tão explosivo "que se abrem numa única ruptura poderosa, formando uma vasta cratera"

"Por coincidência, justamente naquela época, a NASA decidiu testar algumas câmeras novas de grande altitude tirando fotografias de Yellowstone. Um funcionário atencioso enviou algumas cópias às autoridades do parque para que pudessem utilizar nos cartazes dos centros de visitantes. Assim que Christiansen pôs os olhos nas fotos, percebeu por que não fora bem-sucedido em suas tentativas: praticamente todo o parque - 9 mil quilômetros quadrados - era uma caldeira. A explosão havia deixado uma cratera com quase 65 quilômetros de diâmetro - grande demais para ser percebida no nível do solo. Em algum momento do passado, Yellowstone deve ter explodido com uma violência bem além da escala de qualquer coisa conhecida pelos seres humanos."

Depois de algumas páginas, ele revela.

"Os riscos em Yellowstone ameaçam tanto os funcionários como os visitantes. Doss teve uma sensação horrível a respeito desses riscos na primeira semana de trabalho, cinco anos antes. Bem tarde numa noite, três jovens funcionários de verão se envolveram numa atividade ilícita conhecida como hot-potting: nadar ou tomar banho em piscinas térmicas naturais. Embora o parque, por motivos óbvios, não divulgue esse fato, nem todas as fontes em Yellowstone são perigosamente quentes. Algumas são ótimas para tomar banho, e alguns funcionários de verão tinham o hábito, ainda que fosse contra as regras, de dar um mergulho a altas horas da noite. Imprudentemente, o trio se esqueceu de levar uma lanterna, o que é perigosíssimo, porque grande parte do solo ao redor das piscinas térmicas é crostoso e fino, e é fácil cair numa chaminé escaldante embaixo. Na volta ao alojamento, o grupo passou por um curso d'água sobre o qual teve de pular antes. Eles recuaram alguns passos, deram-se os braços e, contando 'um,dois,três', saltaram correndo. Na verdade, aquilo não era um curso d'água. Era uma fonte fervente. No escuro, eles haviam perdido o rumo, nenhum dos três sobreviveu."

Quem avisa amigo é. Meus pêsames.

Achei muitas fotos bonitas e umas até inacreditáveis. Veja.


21 de abril de 2009

O Senhor!

Falaremos hoje de apenas uma pessoa. Ele sim, ajudou bastante. Não só colocando o seu nome em uma escala de temperatura.

- KELVIN -



"O sentimento era compreensível, pois Kelvin de fato foi uma espécie de super-homem vitoriano. Nasceu em 1824 em Belfast, filho de um professor de matemática da Royal Academical Institution que logo depois se transferiu para Glasgow. Ali Kelvin revelou-se tamanho prodígio que foi admitido na Universidade de Glasgow com a idade extremamente prematura de dez anos. Aos vinte e poucos anos, estudara em instituições em Londres e em Paris, graduara-se por Cambridge (onde ganhou os primeiros prêmios da universidade em remo e matemática e ainda arrumou tempo para criar uma sociedade musical), fora escolhido membro da Peterhouse College da Universidade de Cambridge e escrevera (em frânces e em inglês) uma dúzia de artigos sobre matemática pura e aplicada de uma originalidade tão incrível que teve de publica-los anonimamente para não constranger seus superiores. Aos 22 anos, retornou à Universidade de Glasgow para assumir uma cátedra de filosofia natural, cargo que manteve durante os 53 anos seguintes." (...) "Entre muitas outras coisas, sugeriu o método que levou diretamente à invenção da refrigeração, criou a escala de temperatura absoluta, que ainda leva seu nome, inventou os dispositivos de regulação que permitiram o envio de telegramas através dos oceanos e fez um sem-número de aperfeiçoamentos em embarcações e na navegação, da invenção de uma bússola marítima popular à criação da primeira sonda de profundidade. E essas foram tão-somente suas realizações práticas."

Bem melhor que o Newton. E todo mundo só baba ele.

12 de abril de 2009

Breve história de quase tudo - Random.

Hoje teremos alguns assuntos aleatórios que não deixam de ser curiosidades.

Você nunca soube por que os períodos geológicos da Terra tem aqueles nomes muito estranhos? Eu responderei porquê. Quer dizer, o Bill Bryson =p


"Como os britânicos eram os mais ativos nos primeiros anos, predominam nomes britânicos no léxico geográfico. Devoniano deriva do município inglês de Devon. Cambriano vem do antigo nome romano do País de Gales, Câmbria, enquanto ordoviciano e siluniano lembram antigas tribos celtas, os ordovices e os silures. Mas, com o aumento da prospecção geológica em outras partes, começaram a surgir nomes alusivos a diversos lugares.Jurássico refere-se aos montes Jura, na fronteira entre França e Suíça. Permiano lembra a antiga província russa de Perm, nos montes Urais. Devemos o nome cretáceo (da palavra latina para "giz") a um geólogo belga com o nome pomposo de J.J d'Omalius d'Halloy.

Pra quem quer aprofundar sobre esse assunto, achei um arquivo pdf que fala detalhadamente de tudo isso e mais um pouco.



Falando de um naturalista francês, conde de Buffon, o qual vê a América como "uma terra onde a água era estagnada, o solo, improdutivo e os animais, sem tamanho nem vigor e suas florestas sem sol". E continuou falando que os índios tinham órgãos reprodutivos frágeis e pequenos. Sem falar que eles também não tinham barba e nem pêlos no corpo. Mas o pior de tudo é que teve bastante apoio nisso, apesar de não serem familiarizados com a América. E naturalmente os americanos da época não gostaram muito desses comentários e fizeram de tudo para provar a 'majestade dos quadrúpedes' do seu país, sendo capaz até de trocar os cornos do alce por galhadas de um veado. "Afinal, quem na França notaria a diferença?"

As maracutaias, realmente, vem desde muito tempo.



Agora falando um pouco da época quando teve muitos descobrimentos de fósseis de animais. Depois da morte do conde de Buffon, entrou em cena um jovem que com um simples osso era capaz de dizer o seu aspecto e a natureza. Ele era o então paleontologista e aristocrático Georges Cuvier, que tinha "uma teoria formal das extinções", que é a seguinte:
"Sua crença era de que, de tempos em tempos, a Terra experimentara catástrofes globais em que grupos de animais foram exterminados. Para as pessoas religiosas, incluindo o próprio Cuvier, a idéia trazia implicações desagradáveis, já que sugeria uma casualidade inexplicável por parte da Província. Com que finalidade Deus criaria espécies para depois exterminá-las?"

Lembrei agora de um outro parágrafo que fala, se tivesse mesmo essas catástrofes globais, a próxima estaria muito perto de acontecer. Então tá, !


E já que estamos falando de fósseis e tudo mais.

Não é apenas os famosos que são os melhores, em relação à paleontologia, tem muito anônimo que se duvidar, achou mais fósseis que os famosos. O livro cita dois deles que ajudou com a sua forte dedicação. São eles Mary Anning e Gideon Algernon Mantell (ele mesmo, o rival do Owen). Ela com uns doze anos, encontrou um monstro marinho e a partir daí não parou de coletar fósseis e também de vender. Teve uma dedicação enorme, sozinha e com instrumentos simples, mas no Museu de História Natural de Londres tem muitos de seu descobrimento.
Ele, um médico rural de Sussex, tendo em mãos um pequeno fósseo, achado por sua mulher, analisou e logo percebeu que era de "um animal herbívoro, réptil, extremamente grande - com vários metros de comprimento - e do período Cretáceo. Ele acertou em todos os itens, mas foram conclusões audaciosas, já que nada do gênero jamais havia sido visto ou imaginado."


Imagino que já tem bastante informação por hoje.


Até a próxima.

P.S.: O livro foi escrito em 2007, ou seja, antes da reforma ortográfica.