Autor: Leandro Narloch
Nacionalidade do autor: brasileira
Editora: Leya
Lançamento: 2009
Número de páginas: 319
Pra mim, a primeira impressão que esse livro deu foi de algo chato que nunca gostei e sempre fui mal, inclusive no vestibular. Afinal, história do Brasil com coisa que aconteceu na época da descoberta do Brasil, já estou no segundo sono. ZZZzzzZZZ
Mas esse livro surpreende porque tudo que Leandro Narloch conta não está em livro didático nenhum das escolas. Ele até mostra as respostas de uma prova, comparando como o professor de história ensinou para nós, baseado nos livros didáticos, e como de fato aconteceu. Portanto, o livro inteiro é ele contando, de maneira muito mais didática que muitos professores de história, tudo ao contrário do que aconteceu. Ele escolhe alguns temas para falar e logo na orelha do livro já solta alguns fatos para instigar a leitura. Começa com "Zumbi tinha escravos" e em seguida, "Santos Dumont não inventou o avião", "a origem da feijoada é europeia", "Aleijadinho é um personagem literário", "quem mais matou índios foram os índios".
Claro que depois de você ler todas essas afirmativas você quer saber de onde ele tirou tudo isso, afinal, COMO ASSIM SANTOS DUMONT NÃO INVENTOU O AVIÃO, QUE ABSURDO!!11
Santos Dumont - o artista |
Vamos então começar com um trecho sobre a evolução de Santos Dumont na criação do avião e comparar com uma dupla de irmãos americanos, que foram ex-mecânicos de bicicleta.
Em 1903, o brasileiro não quer abandonar os balões, pelo contrário. Acha que eles são o futuro do transporte urbano. Enquanto, nos Estados Unidos, os irmãos Wright, voam em aparelhos motorizados com asas levemente curvadas, o brasileiro constrói o dirigível-ônibus.
Os irmãos Wright - os inventores |
E então como é que Santos Dumont era mais conhecido que os irmãos? Simples, Dumont gostava de plateia até para mostrar as simples coisas que inventava e também morava na França, país que tinha muitos prêmios na área de aviação. Como a França não tinha ainda conhecimento de tecnologias mais avançadas, o Aeroclube fazia desafios compatíveis com os alcances das invenções de Dumont, e por isso, tinha ganhado alguns. A mordomia dele acabou quando a França, em 1904, ficou conhecendo os feitos dos irmãos e propôs três desafios aos aviadores.
O maior deles, o Grande Prêmio da Aviação daria 50 mil francos para quem voasse pelo menos um quilômetro com um aparelho mais pesado que o ar, e não um balão. Santos Dumont, que já tinha ganhado um prêmio desses em 1901, quando contornou a Torre Eiffel a bordo de um balão, ficou interessadíssimo.
O resultado desse prêmio, para Dumont, foi a criação do 14-Bis, mas antes teve alguns protótipos fracassados, os Número 11, 12 e 13. O 14-Bis ainda era um pouco diferente dos aviões conhecidos hoje: tinha um cesto, onde o piloto ficava em pé, igual nos balões, as asas eram parecidas com caixas e tinha a hélice atrás e as asas na frente. Mesmo assim Santos Dumont, em 1906, chamou as autoridades para mostrar o seu voo de 220 metros, chegando a uma altura máxima de 6 metros. Por sorte do Dumont, os irmãos não participaram dessa competição porque eles não estavam preocupados em fazer avião voar e sim em vendê-los, e a França também não sabia que um ano antes os irmãos americanos já tinham voado muito mais. Por não percorrer os mil metros, Dumont não ganhou o grande prêmio, mas outros prêmios mais humildes ele ganhou.
O voo do 14-Bis com a sua plateia |
Em 1908 os franceses esqueceriam de vez Dumont. Em agosto de 1908 foi a data da demonstração do voo do Flyer, aquele que já estava pronto em 1904, e claro, os franceses ficaram de boca aberta com a distância e altura que o Flyer era capaz de percorrer, afinal, eles só tinham visto Dumont brincando com seu brinquedinho ao redor da Torre Eiffel. A partir de então os Wright não deixariam de ganhar um prêmio.
O voo solitário do Flyer |
Mas antes de se afastar de todos e se mudar de Paris, Dumont fez o N-20, conhecido também como Demoiselle, emuito parecido com o Flyer e que inspirou o ultraleve. No fim, ele veio morar aqui, no Brasil e então voltou a ser herói, mas continuou magoado com os franceses por terem abandonado ele. Logo ele que trouxe muita inovação para a França. O fim de tudo é ele enforcado em um hotel do Guarujá.
Não posso deixar de citar as ilustrações dos personagens que estão no livro, incluindo a capa, que são muito bons! Parabéns ao Gilmar Fraga pelo trabalho.
Para quem quiser ler, achei aqui na Saraiva por apenas R$ 18,50 (não é propaganda - visto em 29/06/2014). É um preço ótimo para um livro que tem um vasto conhecimento dentro dele. É de uma edição corrigida e estendida. O que fez eu ficar curiosa para saber o que Leandro disse a mais sobre esse Brasilzão de meu Deus!
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