Eu fui em um final de semana desses e estava muito curiosa para saber como a Bárbara ia contar a história da Rita. Quem seria a Bárbara Farniente, quais seriam as músicas que iam tocar. Mas uma certeza eu tinha: eu ia cantar todas as músicas o mais alto que pudesse.
O musical superou as minhas expectativas, apesar de umas pequenas desafinações da Mel Lisboa que estava interpretando a rainha do rock, Rita Lee. Não era apenas a Mel que estava idêntica à Rita, mas também outros atores teve uma enorme semelhança, com a ajuda do figurino, com os seus personagens. Os que mais fizeram sucesso foram Ronnie Von e a Hebe, que por um momento matou um pouco as saudades. Abrindo um parênteses aqui, vi uma vez uma exposição especial da Hebe, no Ribeirão Shopping em Ribeirão Preto - SP. Não sei se era uma exposição temporária, mas tinham roupas que ela usou em programas especiais, fotos e vídeos dela. Voltando pro musical. Além de Ronnie Von e Hebe aparecem também Caetano Veloso e Gilberto Gil, Elis Regina com seus filho nos braços e Ney Matogroso sensualizando. Todos cantaram suas músicas próprias sozinhos.
A Bárbara, interpretada pela Carol Portes, foi ótima com a inveja pela magrela e as jogadas de cintura caracterizada no livro que fazia ela conseguir tudo que queria. Ela tinha como dom o seu corpo atraente que seduzia os homens para ela obter tudo que ela queria. Ao contrário de Rita que tinha o seu dom artístico de cantar e tocar, o que a fez conquistar várias coisas também.
O livro conta muitas histórias da Bárbara. Talvez o livro é dividido entre as histórias da Rita e as histórias da Bárbara. Mas as duas histórias sempre se entrelaçam e, como a Bárbara mesmo diz, lá está a Rita na vida dela, mesmo sem ela querer, a Rita sempre está participando da sua vida, mesmo a Rita não a conhecendo.
Um exemplo desse entrelaçamento é um amigo em comum: Jimi Johny. Para Rita era só um cara que alugava o barco em Caribe, mas para Bárbara era uma relação mais íntima. Bárbara conheceu Jimi em um morro no Rio quando ela foi atrás de cocaína junto com o Cazuza, para a galera da Rita e ela fazerem o novo disco Saúde. Quase eles dois entraram numa fria, mas Jimi foi o heroi. Depois Bárbara ficou sabendo que Jimi já conhecia Rita das vezes que ela ia para o Caribe com Roberto e as crianças.
Como falei antes, a peça teve várias adaptações e cortes que gostei muito. O livro tem mesmo a liberdade de poder ser mais detalhado, mas no teatro as coisas devem ser mais dinâmicas. Uma das adaptações que gostei bastante foi a cena do momento das mortes. As mortes não aconteceram uma após a outra, mas da forma que fizeram gostei muito e também a música "Coisas da Vida" de fundo deu um clima mega triste e reflexivo que era mesmo a situação.
Rita Lee, ops.. Mel Lisboa, mostrando que encarnou a rainha |
Outra mudança boa foi como a história era contada. No livro são relatos que Bárbara escreveu, algo simples. Mas no musical Bárbara conta a história toda para convencer o segurança de um dos show da Rita Lee deixá-la entrar pelas portas dos fundos. No livro Bárbara tentava, desde o começo, ver a magrela cantando ao vivo, mas sempre acontecia alguma coisa que não dava para ela ver. Ela já conseguiu entrar pelas portas do fundo do teatro, para a gravação do programa Jovem Guarda, com a ajuda do Erasmo Carlos, mas ela não podia ficar na lateral e assistiu pela TV em um camarim. E no musical, ela contou tudo ao segurança. Se ele não estava convencido ainda, ela contava mais e assim rolava mais cenas.
Corre que a peça ainda está em cartaz!
Onde? Teatro das Artes - Shopping Eldorado, São Paulo
Quando? De sexta à domingo
Onde comprar? Na bilheteria do teatro ou Ingresso.com
Eu iria de novo muito fácil!
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