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16 de agosto de 2014

O menino do pijama listrado


Título: O menino do pijama listrado
Autor: John Boyne
Nacionalidade do autor: alemã
Editora: Cia. das Letras
Lançamento: 11/10/2007
Número de páginas: 192
Idioma: português
ISBN: 9788535911121







A história de Bruno se passa na mesma época de Anne Frank, mas a situação dele é outra: ele é um legítimo alemão, filho do comandante Ralf, morava em Berlim, mas após um jantar com o Fúria, vulgo Hitler, se mudou para uma casa perto de um dos campos de concentração, o Haja-Vista, na Polônia.

Bruno não sabe muito bem qual é a profissão do pai, sabe apenas que ele "era um homem para ser observado e que o Fúria tinha grandes planos para ele. Ah, e que ele também tinha um uniforme fantástico." Realmente, o pai tem uma profissão um tanto complicada para explicar prum garoto de apenas nove anos, muito menos para a sua irmã, Gretel, com 12 anos. A mãe deles apenas dizia que era um trabalho muito importante que precisava ser feito por um homem muito especial.

O pequeno Bruno tentou, várias vezes, convencer a sua mãe para voltarem a morar em Berlim, porque lá estavam os seus três melhores amigos, e a escola e a casa também era maior, mas já estava decidido. O pai dele tinha decidido por eles. Com essa mudança de cidade, os dois irmãos foram inseridos no contexto do nazismo sem saber o verdadeiro significado daquilo tudo. Por exemplo, para ele Hail Hitler significava apenas "bem, até logo, tenha uma boa tarde".

Bruno é muito curioso e sempre gosta de conhecer melhor os lugares. Então, ele teve que explorar a casa nova. Começou olhando ao redor do quarto e os seus olhos foram em direção à janela que ia do teto ao chão. Ele pôde facilmente olhar através desta janela um enorme campo, sem grama, várias cabanas e várias pessoas, que achou que eram apenas crianças, mas, com a ajuda de Gretel, viu que também tinham pais e avôs. Apenas homens vestidos com um pijama cinza listrado, cercados por uma alta cerca de arame farpado.


Já estava na metade do livro e nada dele ir explorar fora de casa, perto da enorme cerca. Mas só precisou da metade de um capítulo para tudo mudar.

Tudo estava tranquilo até que um dia ele acordou com o espírito explorador e começou a pensar sobre as pessoas que moravam ao lado, no campo de concentração Haja-Vista, que pelas minhas pesquisas era o campo Auschwitz na Polônia. Recentemente, um amigo foi lá e tirou uma ótima foto do péssimo campo de concentração.

Campo de Concentração em Auschwitz, Polônia, por Fernando Gonçalves

Era como se fosse completamente outra cidade, todas aquelas pessoas morando e trabalhando bem ao lado da casa em que ele vivia. E será que eram mesmo tão diferentes? Todos no campo usavam as mesmas roupas, aqueles pijamas com os bonés de pano também listrados; e todos que passavam pela sua casa (exceção feita à mãe, Gretel e a ele próprio) vestiam uniformes de variadas qualidades e graus de condecoração e quepes e capacetes com grandes braçadeiras vermelhas e negras e traziam armas e estavam sempre com o semblante terrivelmente severo, como se tudo aquilo fosse muito imporante e ninguém pudesse pensar diferente.
Logo na primeira exploração ele viu um menino perto da cerca, sentado e olhando para o chão. Ele era Shmuel que também tinha 9 anos fazia aniversário no mesmo dia que Bruno. Eles começaram a conversar e Bruno, ingênuo, descobriu mais coisas em comum com ele: os doisforam obrigados a irem para lá e eles também não gostava, de lá. Tinham apenas perspectivas diferentes, mas não deixava de ser verdade o sentimento de cada um. 

A partir desta conversa, nasceu uma grande amizade entre eles. Bruno ia para o ponto de encontro todos os dias depois das aulas com o professor particular. Sempre levava alguma comida escondida que o Shmuel a devorava em alguns segundos e depois conversavam.

Shmuel e Bruno: cada um em seu lado da cerca

Vendo as conversas que eles tiveram, dava para perceber que um gostaria de estar no lugar do outro, mas só Shmuel tinha razão e Bruno não sabia, realmente, o que estava dizendo.
Não sei por que você quer tanto vir deste lado, disse Shmuel. Não é muito bom.
Você não sabe o que é viver na minha casa, disse Bruno. Para começar ela não tem cinco andares, tem apenas três. Como pode uma pessoa morar num lugar tão pequeno? Ele havia se esquecido da história de Shmuel, na qual onze pessoas tinham que dividir um quarto antes de serem mandados para Haja-Vista. (...)
Se eu fosse Shmuel, depois dessa conversa, eu procuraria outro lugar para ficar sozinho. Acho que com esse papinho de "odeio esse lugar porque é menor que a minha casa anterior" é muito egoísta. Ainda mais falando isso para uma pessoa que ontem tinha tudo, mas agora, por um simples papinho de nacionalismo dizendo que outras pessoas eram inferiores e que não mereciam estar no mesmo lugar que eles. Mas também tinha o outro lado: Bruno era a melhor companhia para esquecer um pouco a situação ali e apesar de ter um pai tão cruel, Bruno era muito amigável.

Mas nem tudo é eterno. Chegou um dia que a mãe conseguiu convencer o marido à voltarem para Berlim. Eles já estavam em Haja-Vista um ano e Bruno não se lembrava muito bem dos seus antigos melhores amigos e agora considerava Shmuel o seu melhor amigo.

Para se despedirem, eles combinaram uma exploração para tentar achar o pai do Shmuel. Neste dia estava chovendo, mas Bruno não desistiu de ir ver, pela última vez o amigo. Aproveitou que tinha parado de chover, calçou as botas, vestiu a capa de chuva e foi andando perto da cerca. Shmuel até providenciou um conjunto do pijama listrado para Bruno não ser reconhecido.

A exploração deles durou alguns minutos até que recomeçou a chuva e Bruno queria ir embora, mas como ele tinha prometido que iria ajudar encontrar o pai do Shmuel, ele continuou a exploração. Uma hora e meia depois, começou a juntar várias pessoas ao redor deles e começaram a caminhar para uma casa, o que Bruno achou bom, pois estariam protegidos da chuva. Mas eles estavam entrando em uma câmera de gás. E nunca mais foram vistos.

Em 2008, long time ago, foi lançado o filme do livro. Tão emocionante quanto o livro.



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